Você já pensou em investir o seu dinheiro no Camboja? Quer dizer, você já ouviu falar alguma coisa sobre esse país que vá além de uma revista sobre turismo?
Bom, provavelmente você deve ter respondido não pra essas duas perguntas. Afinal, você mal conhece esse país, muito menos o mercado de lá, e você não vai querer assumir esse risco de investir no escuro não é verdade?
E mais, provavelmente você nem tem curiosidade de saber se lá é um bom lugar pra você investir e ganhar dinheiro, e se eu não tivesse feito essa pergunta talvez você passasse a vida inteira sem nem passar pela sua cabeça sobre investir por lá.
Afinal, investir no Camboja?! Por que diabos algo tão aleatório iria passar na sua cabeça?! Bom, eu concordo plenamente contigo. Que papo maluco é esse de investir no Camboja! Mal sei nem onde que fica esse país.
Mas o que eu vou te dizer é que se você perguntar pra algum Alemão, pra algum ingles, se eles investiriam todo o dinheiro deles no Brasil, provavelmente eles vão ter a mesma reação:
A reação de estranheza.
A reação de “que raios de pergunta é essa? Você tá pirado?”.
E essa reação é bem plausível, até porque a bolsa de valores brasileira representa apenas menos de 1% de todo o mercado de ações mundial. Isso é irrisório.
Por outro lado, se a pergunta for investir nas bolsas de valores americanas, aí a resposta já é bem diferente. Isso porque é por lá que você acessa mais de 40% de todo o mercado mundial.
Mas é bom avisar que não há nada de errado em investir no Brasil não. Eu mesmo tenho uma parcela dos meus investimentos por aqui também. A única coisa que é errada é fazer isso porque você não se deu conta que o mercado é bem maior.
Você até pode investir em um negócio no quarteirão que você mora porque você conhece bem o local, mas o que você não pode fazer é ignorar que o mundo é bem maior do que um bairro.
E pra esse artigo eu quero te contar quais são os 3 motivos para investir no exterior.
OS TRÊS MOTIVOS
E quanto aos 3 motivos para investir no exterior, o primeiro deles eu já até te falei.
Quer dizer, é justamente o fato de que o mercado de lá possui uma variedade de ativos infinitamente maior do que o Brasileiro. Por lá você acessa mais de 5000 mil ativos, enquanto aqui no Brasil são apenas cerca de 500 empresas que estão listadas na B3
E se engana quem pensa que nas bolsas americanas você vai investir apenas nos Estados Unidos, porque na verdade por lá você vai acessa empresas que tem atuação multinacional e também os ETFs de empresas Europeias, japonesas, chinesas, enfim, os Estados Unidos é tipo o centro de Dão Paulo, você acha de tudo, produtos da china, da Europa, produtos de qualidade e produtos de procedência duvidosa.
E nessa minha analogia a B3 estaria mais pra uma pequena cidade do interior. Você acha coisa boa, mas a variedade é menor e você vai precisar procurar melhor.
Mas esse nem é o principal motivo pelo qual você precisa considerar internacionalizar os seus investimentos. Na verdade, o segundo e o terceiro motivo que eu vou te contar agora são os que me motivam pessoalmente a diversificar para além das nossas fronteiras.
E o segundo motivo se chama risco regulatório, ou ainda risco brasil. Como eu gosto de dizer, aqui no Brasil nós estamos literalmente a apenas uma canetada de ter o nosso dinheiro confiscado. Não seria a primeira vez. E aí vai ter gente que diga que isso é improvável, que o nosso ordenamento jurídico não permitiria.
Mas cara, eu vou te falar que eu não quero pagar pra ver. O Brasil já trocou de moeda 8 vezes, de constituição já foram mais de 7, em quase 100 anos apenas 5 presidentes eleitos terminaram o mandato no Brasil.
Quer dizer, a nossa crise política é eterna. Se você refletir sobre isso você fica até assustado. E a gente pode até ignorar esses riscos em tempos de estabilidade, mas o que a gente não pode fazer é ignorar as consequências de ter ignorado esses riscos caso elas se concretizem.
E se eu tiver preparado para o pior e nada acontecer, bom, nada aconteceu. Agora, se eu não estiver preparado para o pior e algo acontecer, aí já vai ser tarde demais.
E essa é a ideia de Antifragilidade defendida por Nassim Taleb que eu levo como um axioma pra minha vida.
Até porque o precavido morreu de velhice e o pior cego é aquele que não quer ver.
E é esse o principal motivo que me faz investir fora do Brasil. Assim, pelo menos, eu diversifico o meu risco regulatório. Se a regulação brasileira me apertar por aqui, eu fico protegido por ter uma parcela do meu dinheiro em outro país.
E se engana quem pensa que isso é coisa de milionário, porque desde 2015 você consegue enviar dinheiro pra investir na bolsa americana mesmo com pouco dinheiro e sem precisar sair de casa, utilizando serviços como conta em corretora de valores internacional e serviços de transferência de dinheiro.
E por falar em proteção, vamos ao terceiro motivo que me leva a investir no exterior. E esse motivo é ter patrimônio lastreado em dólares.
É que o dólar acaba servindo como um hedge a queda da bolsa brasileira. Ele costuma subir sempre que a bolsa cai. O que significa que a queda é menos dolorosa quando o seu patrimônio tá lastreado no dólar e você vive no Brasil e o seu consumo portanto está em real.
E isso sem contar que o preço de equilíbrio do dólar tem uma tendência de alta em relação ao real no longo prazo. Como eu invisto pro longo prazo, isso significa que um retorno anual de 20% em dólar por exemplo vai se mostrar superior do que um retorno de 30% em real por exemplo.
Em resumo, o meu bordão é que “quem lucra em dólar lucra em dobro”.