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BLACK MIRROR na vida real: como agiria um INVESTIDOR DE SUCESSO?

Nesse fim de semana, resolvi assistir novamente o filme Matrix. No embalo, a publicidade da Google me indicou a série Black Mirror. E lá fui eu assisti-la. Acho que fiquei inspirado e, no artigo de hoje, vou trazer algumas informações um tanto quanto assustadoras.

A ideia aqui é explorar uma eventual “Ditadura Digital”, que não sustenta pela coerção física, mas sim pelo controle do pensamento da massa, sem que ninguém perceba. E o quê tudo isso tem haver com a Capital Global?

Bom, a Capital Global é uma empresa dedicada em auxiliar empreendedores e investidores a mitigar o viés territorial de seus investimentos e empreendimentos, a desfazer as amarras mentais que prendem seus negócios ao Brasil, a mitigar as inseguranças jurídicas e econômicas do nosso amado país, e, em última análise, a se tornar investidores antifrágeis e bem sucedidos.

Portanto, qualquer conteúdo que envolva essa abordagem é bem-vindo, independente da roupagem. Por isso que falamos tanto sobre planejamento tributário offshore, investimento em bolsas de valores e em mercados internacionais, empreender fora do país, enfim, em ser um cidadão global e em internacionalizar suas fronteiras físicas e mentais.

Eu, Guilherme, pessoalmente, acho que uma Ditadura Digital é uma ideia um tanto quanto conspiracionista. Em todo caso, não é por isso que eu vou deixar de me precaver. Eu aprendi com o livro de Nassim Taleb que o investidor antifrágil é resiliente ao mais improvável dos cisnes negros.

É por isso que a reflexão de hoje é extremamente importante. Devemos sempre buscar se tornar investidores antifrágeis se quisermos garantir o nosso sucesso, e, mais do que isso, proteger a nossa liberdade de pensamento, de expressão, e de ir e vir.

E como podemos fazer isso? Como você irá se defender de um futuro distópico tal qual o descrito por George Orwell em sua obra 1984? Ou, em certa medida, tal qual O Caminho da Servidão descrito por Friedrich Hayek?

O pré-requisito é ter senso crítico e atenção. Mantenha a sua mente saudável, liberte-se de seus vieses cognitivos (tal qual aquele que te prende em investir somente no Brasil).

Em seguida, o primeiro passo é compreender a dimensão do problema. Por fim, o segundo passo é saber quais são as opções para se proteger. E é sobre esses dois passos que vamos refletir nos tópicos a seguir.

Mas, antes de adentrar na segunda parte do texto, se você não conhece o romance 1984 de George Orwell, trata-se de uma “predição” escrita 1949, em que o Autor prevê uma sociedade altamente tecnológica no futuro, em que o Governo utiliza de um monitoramento onipresente para controlar a população, e todos vivem em um regime ditatorial sem sequer se dar conta disso.

Já a obra do Economista Austríaco Hayek, o Caminho da Servidão, denuncia como o aumento do poder do Estado sobre a população no sistema de Social Democracia, que se dá de forma gradativa e contínua, com uma aprovação de regra aqui e outra ali, tende a chegar em um regime totalitário ao longo do tempo.

Agora sim, vamos lá!

Compreendendo o problema. Ou: quando as correntes estão em sua MENTE e em seu DINHEIRO

A tecnologia e a coleta de dados criaram um poder enorme de persuadir pessoas, e nós ainda estamos nas primeiras páginas deste novo capítulo da história humana. Ou seja, cada vez mais, essa persuasão será mais precisa.

Hoje, os seus “rastros” são armazenados para sempre. Talvez você não se lembre onde estava as 15h da tarde de uma terça-feira há três anos atrás, mas a Google saiba. Ao mesmo tempo, toda essa informação é utilizada para lhe oferecer a propaganda de um determinado produto que você se interessa e no timing exato que você está procurando adquiri-lo. Ou então para te convencer a votar em determinado político, ou ainda para te convencer a compactuar com determinada opinião e visão de mundo.

E, o crescimento dessa base de dados coletados, juntamente com mecanismos de Inteligência Artificial, permite que essa operação se torne cada vez mais precisa. São grandes corporações que estão cada vez mais especialistas em te manipular.

Assim, precisamos ter muita cautela com tudo isso. Essa conjuntura é algo muito novo e não há como ter certeza de qual será o efeito de tudo isso no futuro. Nós temos de entender que estamos vivendo no mundo em que geramos por dia muitos mais dados do que eram gerados em décadas antigamente.

Se olharmos apenas 10 ou 20 anos atrás, as pessoas realmente não deixavam tantos “rastros”. Nos anos 90, eram poucas as pessoas com acesso à tecnologia, menos ainda com acesso à internet. E os próprios instrumentos de coleta eram mais primitivos. Ou seja, se você fosse viajar coletava-se no máximo alguns dados seus, como, por exemplo, o seu endereço, o nome de seus pais, as passagens aéreas que você comprou e as reservas de hotéis ou restaurantes.

Mas isso está crescendo exponencialmente. O que eram alguns megas de informação armazenada sobre você já se tornaram centenas de gigabytes. A tendência é que, futuramente, sejam terabytes armazenados em HDs que ocupam prédios inteiros. Há quem diga que os dados são a commodity mais valiosa do século. E ninguém sabe exatamente quantos dados estão sendo gerados sobre si mesmo a cada segundo.

E esse fenômeno só vai acelerar com o passar do tempo. Por exemplo, cada vez mais rápido, veremos mais e mais dispositivos com a tecnologia IOT (internet of things). A tendência é que, no futuro, praticamente TUDO o que conhecemos esteja conectado à internet. E isso inclui a roupa que você veste e a planta que está na sala da sua casa.

Há diversos benefícios em tudo estar conectado na Internet. Por exemplo, para indústria, será possível conferir e controlar a distribuição de suas camisetas. Para o consumidor, será possível ter a garantia de estar comprando um produto original e a garantia da qualidade. Para ambos, será possível diminuir problemas com furto e extravio de bens.

Quanto ao exemplo da planta, esse também é positivo para o controle da sua saúde. Por exemplo, quantos nutrientes e quanta água a planta possui, se precisa de sol, se está liberando alguma toxina, etc.

Por outro lado, tudo que estará ligado na intenet também estará coletando dados. Chegaremos a ponto de estes dispositivos capturarem informações precisas até sobre o nível de umidade do seu banheiro, a qualidade do ar na sua sala, qual o “microclima” do ecossistema, etc.

É um caminho sem volta. E, em última análise, toda essa informação pode ser utilizada para te fazer mudar de opinião. Para te induzir a comprar algo ou compactuar com uma ideia.

E você já pensou como isso pode ser utilizado para o mal? O ponto é que, em uma Ditadura Digital, os Ditadores têm em suas mãos o Big Data e a Inteligência Artificial. Com certeza essas ferramentas serão utilizadas para tentar te convencer a apoiar o regime cegamente, para te ensinar a não questionar.

Não podemos deixar de observar que uma Ditadura é muito mais forte quando ela é instalada na base do convencimento da população (vulgo lavagem cerebral), do que quando na base da força. Veja, por exemplo, que a Ditadura nazista só era tão forte porque a propaganda política conseguiu cegar o senso crítico dos alemães.

E, em certa medida, o uso da alta tecnologia para te fazer apoiar o regime cegamente já até ocorre. Na China, eles geram provavelmente dez vezes mais dados do que nós no mundo ocidental. Por lá, eles possuem um Sistema de “Crédito Social”. Funciona assim: o governo possui câmeras espalhadas por diversas ruas, que possuem sistema de reconhecimento facial. Essas câmeras registram o seu comportamento em sociedade, que é analisado por um sistema de inteligência artificial para lhe dar uma nota, um Score Pessoal.

Esse Score é levado em consideração na hora em que você vai celebrar negócios com o Estado, adquirir crédito, entre outros aspectos. O governo chinês monitora seus cidadãos em todos os lugares, todos os dias. Se você atravessa a rua, se você anda de bicicleta na contramão, se você joga lixo no chão, sua nota diminui.

Eles também acompanham seu comportamento na internet, rastreando o conteúdo que você consome, seus gostos, hobbies, e preferências políticas. Assim, eles conseguem traçar a sua visão de mundo e a sua personalidade.

E, diga-se de passagem, é provável que eles também utilizem toda essa informação para compor o seu Score no programa do Crédito Social. Considerando que é a China é uma ditadura extremamente intervencionista, eu acredito que não deve ser muito seguro ler textos anti-Estado por lá, não é mesmo?

Como ninguém comenta ideias contrárias, muita gente sequer as conhece. Em certa medida, lembra até a “novilingua” da obra 1984, em que se excluiu diversas palavras do vocabulário, todas aquelas que faziam menção à algo que o governo não gostava. Por meio do controle das palavras, o Governo conseguia controlar as ideias das pessoas. Talvez o cenário distópico dessa obra fictícia não seja nem tão distópico e nem tão fictício assim.

O ponto um do problema é que você é um escravo do sistema quando as correntes estão em sua mente. E o ponto dois do problema é que você também é um escravo quando as correntes estão sobre o seu dinheiro.

E não se engane: hoje em dia o seu dinheiro é do Estado, e não seu. Eles controlam a oferta e, inclusive, até mesmo a demanda do Dinheiro.

Com o dinheiro digital, o Estado pode te impedir de ter acesso ao seu dinheiro a qualquer momento. Collor que o diga! E, a tendência é que o dinheiro seja cada vez mais eletrônico e controlado.

Todas as transações bancárias tendem a se tornar mais fiscalizadas pelo Estado. Cada ano que passa o sistema das Receitas Federais dos países se tornam mais inteligentes em te inspecionar. Isso é um fenômeno global.

Paralelo a isso, há um movimento internacional forte em direção a abolição do dinheiro vivo, do papel moeda. Ou seja, estão empenhados em eliminar a principal forma de transacionar de forma totalmente não rastreável e sobre a qual o Governo tem pouco poder de intervir.

Na Itália, já propuseram a proibição de transações em dinheiro vivo com valores acima de 1.000 euros. Na Suíça, os políticos querem a proibição de pagamentos em dinheiro com valores superiores a 100.000 francos. A Rússia já proibiu transações em dinheiro acima de 10 mil. E a Espanha proibiu transações em dinheiro vivo com mais de 2,5 mil euros.

Em países como a Suécia, embora não seja proibido o dinheiro vivo, políticas públicas têm estimulado que ele caia em desuso. Hoje em dia, já há até um preconceito com o dinheiro vivo naquele país, que é automaticamente associado a “dinheiro sujo”.

A intenção dessas políticas é óbvia – ao forçar que as transações sejam eletrônicas, ele pode fiscalizar todas elas com maior precisão. Os governos querem saber com precisão os dados bancários de todos os cidadãos e empresas.

Por enquanto, a intenção dessa fiscalização é “apenas” aumentar a arrecadação. Mas, sabe o que acontece se o Governo consegue controlar 100% do seu dinheiro no caso de se instalar uma Ditadura?

O Governo também conseguirá controlar 100% se você pode comprar algo ou não. Em última análise, ele estará controlando se você pode comprar comida, gasolina, etc. Isso pode ser usado para lhe prejudicar, ou melhor, para acabar com você.

Livrando-se do problema. Ou: Saindo da matrix – Libertando suas correntes mentais e retomando o controle sobre o seu dinheiro

Agora que você já compreendeu o problema do cenário que nós traçamos, vamos falar um pouco de como você pode se proteger.

Como eu já adiantei anteriormente, eu não acredito que vamos chegar, efetivamente, em uma Ditadura Digital. Acredito que a mesma tecnologia que agiganta o Estado pode agigantar os cidadãos. Na minha perspectiva, sempre que o Estado constrói um muro, empreendedores constroem uma escada. E o Estado altamente controlador pode ser um tiro em seu próprio pé.

Em todo caso, esse cenário “apocalíptico” só não vai ocorrer porque temos empreendedores que enxergam o possível problema e pensam em soluções. Estamos em um “cabo de guerra”, pessoas comuns VS Estado, e iniciativas como este texto puxam a corda para o lado dos indivíduos.

Outra iniciativa que puxa a corda para o lado do indivíduo é adotar as medidas que este trecho propõe para fugir do problema apontado: Precisamos libertar-nos diariamente de nossas correntes mentais e precisamos ter o controle sobre o nosso próprio dinheiro.

O mais difícil é libertar-nos das nossas correntes mentais. Isso envolve diversas desconstruções. Por exemplo, precisamos desconstruir a perspectiva de que o Estado é solidário e altruísta. Se você leu 1984, você ficou agoniado com o fato de que os cidadãos daquela sociedade não percebiam que o Estado não era “bomzinho”. Provavelmente os chineses também não se dão conta de quão invasiva é a ditadura sobre as suas intimidades, pois já se acostumaram.

Mas, quando olhamos para nós mesmos, não conseguimos enxergar esse problema. Tendemos a pensar que isso só ocorre em obras fictícias ou em países totalitários e esquecemos completamente que o Brasil já passou por duas ditaduras em menos de 100 anos e que, até hoje, nossos governantes são basicamente as mesmas famílias de sempre.

Robert Kiyosaki, autor do livro “Pai Rico, Pai Pobre”, é preciso ao apontar que nós temos diversas “correntes mentais”, ao demonstrar que nós não somos ensinados a questionar. Nós não aprendemos sobre empreendedorismo ou sobre dinheiro, não aprendemos o papel do Estado. Nós aprendemos a ser funcionários, e não protagonistas de nossas próprias vidas.

E eu não estou fazendo nenhum juízo de valor aqui. Só estou querendo provar o ponto de que há alguns “tabus” que você aprendeu que é errado e, para a maior parte da população, não pode sequer ousar questionar e refletir sobre. Isso não ocorre só na China ou na Coreia do Norte.

Sabe outro ponto interessante? Precisamos entender, por exemplo, que o Brasil não é o lugar mais adequado para você empreender ou investir o seu dinheiro. Você jamais colocaria todo o seu dinheiro no Camboja, por exemplo, mas o deixa no Brasil sem sequer questionar. E, provavelmente, a maior parte das pessoas nunca parou para refletir sobre isso.

E ai já entramos na segunda esfera: você precisa ter o controle sobre o seu dinheiro. Tirar do sistema brasileiro já lhe dá maior controle. E duas formas de fazer isso são: utilização de outras jurisdições, via empresa offshore; e ainda, utilização de criptomoedas.

Uma empresa offshore lhe dará maior independência, maior estabilidade e segurança jurídica sobre o seu patrimônio. Ainda, dará maior privacidade e segurança. Nunca se sabe o dia de amanhã, principalmente no Brasil. E basta uma canetada de um político para todos os seus bens serem confiscados.

E nessa mesma linha, as Criptomoedas, sobretudo o bitcoin, surgem com o potencial de ser uma via alternativa para o dinheiro. O Bitcoin, nasceu como um grito de revolta contra a crise de 2008 e foi arquitetonicamente desenhado para ser imune à intervenção do Estado. Com o uso de cripto, não há como qualquer governo impedir que você realize uma transação financeira. É mais eficiente que dinheiro vivo. E, além de tudo, a moeda não é estatal, é descentralizada e deflacionária, de modo que o Estado não pode controlar a sua cotação, tampouco gerar inflação de propósito para se financiar.

Nada mal, não é verdade?

Conclusão

Se trilharmos o Caminho da Servidão acusado por Hayek até o ponto de chegarmos ao cenário narrado no livro 1984 do George Orwell, teremos a primeira Ditadura Digital.

Em um cenário com Big Data e Inteligência Artificial, a ditadura não se instalará na base da coerção, mas da manipulação, ou melhor, da lavagem cerebral. As algemas estarão em nossos pensamentos.

Vai ser um cenário parecido com os episódios mais tenebrosos da série Black Mirror, em que a tecnologia avançada provoca diversos distúrbios sociais e problemas complexos que não são sequer enxergados pelas pessoas.

Assim, precisamos de um pré-requisito chamado senso crítico. Isso é imprescindível para sairmos da Matrix. Depois que conseguirmos libertar-nos de nossos vieses cognitivos, o segundo passo é buscar diminuir a intervenção do Estado sobre nossas mentes. E, certamente, retomar o controle sobre os nossos bens e sobre o nosso dinheiro é a melhor maneira de fazer isso – ainda bem que existem as offshores e as criptomoedas.

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